1. Problemas comuns ao precificar arte
Como saber se o preço da sua arte é muito caro ou muito barato
Os artistas estão constantemente divididos entre dois pensamentos: ser muito barato e não ser levado a sério, e ser muito caro e não fazer nenhuma venda.
Algumas pessoas argumentam que precificar sua arte muito alto fará com que você pareça muito bem-sucedido e resultará em mais vendas; no entanto, se você não tiver o currículo, a representação e a arte para corresponder a esses preços, isso nunca funcionará. Então, por favor, não acredite nas falsas promessas que alguns consultores ou gurus estão fazendo para torná-lo rico rapidamente; isso não funcionará. Aumentar seus preços é fácil, mas reduzi-los é muito mais complicado e prejudicial à sua credibilidade e carreira.
Por outro lado, quando os artistas começam a ficar desesperados por vendas, eles reduzem seus preços, procurando pagar aluguel ou comprar novos materiais. No entanto, isso desvaloriza sua arte, pode incomodar colecionadores que compraram sua arte no passado a preços mais altos e também reduzirá sua credibilidade no mundo da arte e para os galeristas, pois não há margens de lucro restantes para trabalhar com você com esses preços.
Se você não está fazendo nenhuma venda, não é necessariamente porque seus preços estão muito altos. Existem inúmeras obras de arte à venda em sites com preços pedidos que equivalem aos custos dos materiais, e eles ainda não estão vendendo suas obras.
O mundo da arte está supersaturado para o artista comum e, por enquanto, não há demanda real por suas obras — e isso é perfeitamente normal. Portanto, não faça descontos ou quedas drásticas. É crucial ter preços estáveis e atingir uma trajetória ascendente ao longo do tempo.
Sistemas de precificação que você deve evitar
Muitos artistas utilizam ou são aconselhados a usar métodos de precificação que, à primeira vista, podem parecer justos, mas não são eficazes no mercado de arte. Aqui estão alguns sistemas de precificação que é melhor evitar:
1. Somar o custo dos materiais e as horas de trabalho:
Embora comum em outras profissões, essa abordagem é inadequada para obras de arte. O custo do material e o tempo investido são fatores irrelevantes no valor final. Um artista pode criar algo altamente demandado ou com relevância histórica, independentemente do custo ou do tempo envolvido.
2. Fórmula por polegada quadrada:
Embora ofereça um preço objetivo e consistente, essa fórmula pode gerar distorções. Pinturas pequenas podem acabar muito baratas e obras grandes excessivamente caras, colocando o tamanho acima da qualidade ou reputação do artista. Isso pode resultar em um desequilíbrio no valor percebido de obras de artistas conhecidos e desconhecidos.
3. Precificação emocional:
Basear o preço no quanto uma obra "vale" para o artista é problemático. Embora seja natural ter preferências pessoais, o mercado não reflete essas emoções. Vender peças "menos favoritas" a preços baixos pode desvalorizar todo o seu portfólio, enquanto precificar excessivamente obras que você gosta pode prejudicar sua trajetória de vendas.
Optar por um sistema de precificação equilibrado e que reflita o valor do mercado é essencial para o sucesso a longo prazo no mundo da arte.
Preços inconsistentes e os riscos para sua reputação artística
Manter consistência nos preços é crucial ao precificar suas obras de arte. Muitos artistas acreditam que podem ajustar os preços conforme a situação, mas essa prática pode ser prejudicial. Por exemplo, cobrar um valor alto de um colecionador abastado e oferecer a mesma obra por um preço muito inferior a um comprador com orçamento limitado cria uma falta de padrão. Da mesma forma, dobrar o valor ao vender em galerias, para compensar a comissão, enquanto oferece a mesma peça por um valor muito menor em seu estúdio, gera desconfiança.
Essa inconsistência de preços pode prejudicar sua reputação no mercado de arte. Aplicar descontos frequentes ou grandes reduções desvaloriza seu trabalho. Imagine tentar vender uma obra por R$ 10.000 em uma galeria, enquanto os colecionadores descobrem que outra peça semelhante está disponível por metade do preço online. Isso pode não só enfraquecer a confiança dos colecionadores, como também comprometer sua relação com a galeria.
Outro exemplo é a prática de "vendas de estúdio", quando artistas oferecem grandes descontos para liberar espaço. Colecionadores que pagaram o valor integral pela sua obra podem se sentir prejudicados ao ver seus trabalhos sendo vendidos por muito menos, o que pode impedir futuras compras e diminuir o valor percebido da obra que eles já adquiriram.
Lembre-se: o valor da sua arte não muda porque você precisa de dinheiro ou espaço. O preço de suas obras deve ser estável e refletir a realidade do mercado, garantindo crescimento ao longo do tempo. Manter preços consistentes fortalece sua reputação e favorece colaborações contínuas com colecionadores e galerias.
Como precificar arte bidimensional: pinturas, desenhos, fotografias e gravuras
Ao determinar o preço de uma obra de arte bidimensional, como pinturas, desenhos, fotografias ou gravuras, uma abordagem eficaz é utilizar uma fórmula baseada no tamanho da obra e no estágio da carreira do artista:
(Altura + Largura) x Índice = Preço
Essa fórmula ajusta os preços de maneira mais adequada, valorizando obras menores e evitando que trabalhos maiores se tornem excessivamente caros. O fator mais importante aqui é o **índice**, que varia conforme o meio artístico e o nível da carreira do artista.
Níveis de carreira e como influenciam o preço:
1. Artista iniciante:
No começo, sua arte pode ser mais um hobby. O preço de suas obras tende a cobrir apenas os custos dos materiais. Nesta fase, ainda não há exposições relevantes, e o valor da obra está mais ligado ao seu caráter decorativo.
2. Artista amador:
Você já começou a expor em locais menores, como feiras ou eventos locais, mas ainda não em galerias de arte tradicionais. Seu trabalho, nesse ponto, tem um valor decorativo maior, e o preço pode variar entre **US$ 200 a US$ 2.000**.
3. Artista emergente:
Nesta fase, você já conseguiu espaço em pequenas galerias, conquistou alguns colecionadores e talvez tenha ganhado algum prêmio ou participado de residências artísticas. Agora, o valor da sua arte está relacionado ao seu mérito artístico, e os preços variam de R$ 2.500 a R$ 25.000.
4. Artista emergente avançado:
Você já consolidou sua carreira no cenário artístico com diversas exposições, inclusive individuais, e um histórico de vendas estável. Além disso, possui uma base de colecionadores consistente. Seu trabalho é validado por exposições institucionais ou prêmios importantes, e seus preços podem oscilar entre R$ 5.000 a R$ 50.000.
Evolução na carreira
Ao alcançar o estágio de artista em meio de carreira, suas obras terão uma demanda mais significativa, e galerias de prestígio começarão a gerenciar seus preços. Neste ponto, contar com a orientação de uma galeria experiente será essencial para manter a valorização do seu trabalho de forma equilibrada com o mercado.
Essa abordagem baseada em fórmulas e no estágio da carreira ajuda a manter preços justos, tanto para o artista quanto para o mercado, garantindo consistência e crescimento gradual ao longo do tempo.
Como precificar suas pinturas
Historicamente, as pinturas têm sido uma das formas de arte mais valiosas no mercado, liderando entre as artes bidimensionais. Cada pintura é única, o que, juntamente com seus materiais, a torna mais valorizada que outras formas de arte, como o desenho. Por isso, os números de índice usados para calcular seu preço são geralmente mais altos.
Modelos de precificação:
Modelo 1: Centímetros e Euros
- Artista iniciante → Índice entre 6 e 10
- Artista amador → Índice entre 10 e 14
- Artista emergente → Índice entre 14 e 18
- Artista emergente avançado → Índice entre 18 e 24
Modelo 2: Polegadas e Dólares Americanos
- Artista iniciante → Índice entre 16 e 28
- Artista amador → Índice entre 28 e 40
- Artista emergente → Índice entre 40 e 50
- Artista emergente avançado → Índice entre 50 e 67
Ajustando o índice:
Se você utiliza materiais caros ou processos que demoram mais tempo, e produz poucas obras por ano, pode optar por um índice na faixa mais alta. Por outro lado, se sua produção é mais rápida e utiliza materiais convencionais, seu índice pode ser mais baixo. Para artistas abstratos, o tamanho da obra muitas vezes influencia mais o preço do que para pintores figurativos. Assim, caso sua obra dependa fortemente do impacto visual gerado pelo tamanho, você pode ajustar seu índice de acordo, utilizando um índice menor para obras pequenas e maior para obras grandes.
Agora, para calcular o preço de sua pintura, utilize a fórmula:
(Altura + Largura) x Índice = Preço
Exemplos:
Estes exemplos são baseados em valores aplicados em outros países. Eles podem ou não servir de referência para você.
1. Uma pintura de 50 cm de altura e 40 cm de largura resulta em 90 cm no total. Multiplicando por um índice de 18 (para um artista emergente com baixa produção), o preço seria € 1.620. Você pode arredondar esse valor para algo mais conveniente, como € 1.600.
2. Uma pintura grande de 72 polegadas de altura por 48 polegadas de largura soma 120 polegadas. Com um índice de 60 (para um artista emergente avançado com uma taxa de produção regular), o preço seria US$ 7.200.
Esses exemplos mostram como ajustar o preço com base no tamanho da obra e no estágio da carreira do artista, garantindo uma precificação justa e compatível com o mercado.
Como precificar sua fotografia de belas artes
A precificação de fotografias de belas artes segue um método semelhante ao de outras formas de arte, mas com números de índice um pouco menores, já que as fotografias geralmente são vendidas em edições numeradas e assinadas, e não como peças únicas. Para definir o preço, você deve usar a fórmula básica: **(Altura + Largura) x Número de Índice = Preço**, ajustando o número de índice conforme o nível da sua carreira.
Se a edição for ilimitada ou muito grande, como 50 cópias, o preço será menor e você deve usar um número de índice na parte inferior da faixa. Já uma edição ideal, recomendada, consistiria em 4 a 12 cópias, além de uma ou duas cópias de Artista Prova (APs), onde o número de índice deve ficar no meio da faixa. No caso de fotógrafos que fazem tiragens únicas ou personalizam a impressão com pós-processamento exclusivo, o número de índice pode ser maior.
Além do tamanho da edição, a forma de apresentação da fotografia também afeta o preço. Fotografias com molduras sofisticadas podem ter um número de índice mais alto, enquanto aquelas sem moldura tendem a ter um índice menor. Dessa forma, o valor das fotografias de belas artes pode se aproximar de pinturas e outras obras em papel.
Aqui estão os modelos de precificação baseados em duas unidades de medida:
Modelo 1: Dimensões em centímetros e preço em euros
- Artista iniciante: Número de índice entre 1 e 4
- Artista amador: Número de índice entre 4 e 8
- Artista emergente: Número de índice entre 8 e 14
- Artista emergente avançado: Número de índice entre 14 e 20
Modelo 2: Dimensões em polegadas e preço em dólares americanos**
- Artista iniciante: Número de índice entre 3 e 11
- Artista amador: Número de índice entre 11 e 22
- Artista emergente: Número de índice entre 22 e 40
- Artista emergente avançado: Número de índice entre 40 e 56
Exemplos:
Novamente, estes exemplos são baseados em valores aplicados em outros países. Eles podem ou não servir de referência para você.
Exemplo 1: Uma artista iniciante produziu uma edição de 50 cópias de suas primeiras fotografias, apresentadas sem moldura. Com dimensões de 60 cm de altura por 50 cm de largura (total de 110 cm) e usando um número de índice de 1, o preço por fotografia é de € 110.
Exemplo 2: Um artista emergente avançado criou uma fotografia única impressa em linho e editada com produtos químicos para acentuar a imagem. Com dimensões de 60 polegadas de altura e 100 polegadas de largura (total de 160 polegadas), e um número de índice de 56, a fotografia é precificada em US$ 9.000, arredondando para um número final mais conveniente.
Como precificar suas impressões de arte
Quando falamos de impressões de arte, estamos nos referindo a cópias mais acessíveis de obras originais, como uma pintura cara que você deseja disponibilizar em uma versão mais econômica.
Assim como nas impressões fotográficas, o tamanho da edição influencia o número de índice: edições limitadas terão um índice mais alto, enquanto edições maiores terão um índice menor. No entanto, ao contrário da fotografia de belas artes, onde a impressão é o produto final, nas impressões de arte ela é uma reprodução de uma obra final. Por isso, os números de índice são geralmente menores.
Aqui estão os modelos de precificação para impressões de arte:
Modelo 1: Dimensões em centímetros e preço em euros
- Artista iniciante: Número de índice entre 0,5 e 1
- Artista amador: Número de índice entre 1 e 2
- Novo artista emergente: Número de índice entre 2 e 3
- Artista emergente avançado: Número de índice entre 3 e 5
Modelo 2: Dimensões em polegadas e preço em dólares americanos
- Artista iniciante: Número de índice entre 1 e 2,5
- Artista amador: Número de índice entre 2,5 e 5
- Novo artista emergente: Número de índice entre 5 e 8
- Artista emergente avançado: Número de índice entre 8 e 14
Exemplos:
Exemplo 1: Um artista amador com muitos seguidores no Instagram percebeu que seus seguidores acham difícil comprar os originais devido ao preço elevado das pinturas. Para tornar suas obras mais acessíveis, ele decide criar uma impressão de uma pintura viral, medindo 70 cm de altura por 50 cm de largura, com uma edição de 50 cópias. Como a impressão é vendida sem moldura, o número de índice é definido como 3, resultando em um preço inicial de € 360 para a impressão assinada.
Exemplo 2: Um novo artista emergente está fazendo uma exposição solo em uma galeria. Para atender a colecionadores que preferem algo mais acessível, o artista e a galeria decidem oferecer uma impressão emoldurada em uma edição de 12 cópias. A impressão mede 40 x 28 polegadas, e o número de índice é definido como 7, resultando em um preço de US$ 500 (aproximadamente € 476).
