Você pratica há alguns anos. Expôs trabalhos numa mostra coletiva. Talvez até tenha vendido uma ou duas obras. Mas você entende o que torna um artista profissional?
A diferença entre um amador e um artista consolidado é fácil de se perceber. O profissional é regularmente pago para criar arte (ou ensinar de alguma forma).
Vamos traçar um paralelo com o futebol.
Um jogador profissional de futebol não é alguém que joga bem, que entende de estratégias táticas, que treina todos os dias, que tem um empresário. Esses podem ser bons indicadores de que ele é um jogador profissional de futebol, mas o que realmente conta é que ele seja pago para jogar regularmente por um time.
Um profissional não é aquele que meramente se dedica com paixão a uma determinada atividade.
É importante salientar que a palavra “profissional” não significa “melhor” ou “ótimo”; é apenas uma designação dada a alguém que ganha dinheiro em troca da execução de alguma tarefa. Evidentemente, é necessário conhecimento e esforço para que isso aconteça.
Tomando essa definição como ponto de partida, podemos listar alguns elementos que podem ser bons indicadores de que um artista seja um profissional (assim como os que listamos sobre o jogador de futebol).
Elementos em comum dentre artistas profissionais
- Boas fotos dos trabalhos, currículo e portfólio devidamente organizados / acessíveis. Isso demanda investimento de tempo e dinheiro para criar ferramentas de qualidade para apresentar as obras e credenciais (câmera, website, impressões, etc.)
- Feedback positivo. Não vamos considerar amigos e familiares como público. O trabalho chama atenção quando divulgado para pessoas que escapam do ciclo social do artista.
- Estabelecimento de relações com pessoas do universo da arte. Dedicar tempo para construir e cultivar relacionamentos estratégicos com outros artistas, galeristas, agentes culturais, etc. é muito importante para a consolidação de uma carreira.
- Entendimento do funcionamento do mercado de arte. Por se tratar de um ambiente em constante mudança, é necessário se dar o trabalho de pesquisar e entender tudo o que é necessário para atingir o público.
- Política de preços consistente. É necessário saber como precificar um trabalho para ser competitivo no mercado. Isso também serve de base para agregar valor às obras (arte muito barata é mal vista).
Conclusão
Ser um artista iniciante, em meio de carreira ou profissional não está diretamente relacionado ao tempo e ao talento.
Muitos artistas têm uma vida inteira de aprendizados e técnicas artísticas sem vender seus trabalhos. Outros, possuem carreiras prósperas no início da vida e são considerados “estabelecidos” ainda que não tenham desenvolvido ao máximo suas habilidades.
Nem todos passam por todos os estágios – e nem todos desejam. Cabe a você decidir até onde deseja ir e se suas habilidades / circunstâncias da vida apoiarão essa decisão.
Esperamos que essa matéria tenha te ajudado a entender o que torna um artista profissional. Caso você discorde de algum ponto ou queira complementar o que foi exposto, por favor, deixe nos comentários!